Gestão da Rega e Fitossanidade
A rega e o controlo fitopatológico das plantas são dois dos factores decisivos na quantidade e qualidade da produção de fruteiras e hortícolas, pelo que a sua gestão é fundamental para a economia agrária.
De acordo com Serralheiro (1997), para ser uma actividade sustentável, a agricultura de regadio deve praticar-se segundo as melhores tecnologias agrícolas, numa atitude sempre conservacionista, ainda que empresarial, mantendo a qualidade dos recursos solo e água que lhe são indispensáveis.
Estas tecnologias permitirão racionalizar a utlização da água, no sentido da sua optimização, tendo em vista a maximização do rendimento, a minimização dos custos de produção, bem como a redução do impacto ambiental que está inerente à intensificação agrícola.
Por outro lado, a gestão dos problemas relacionados com o controlo de pragas e doenças, é um dos factores críticos para a sustentabilidade da produção agrícola. Porém as técnicas de minimização de danos com base na aplicação de fito-fármacos acarreta problemas ambientais e custos elevados.
A consciencialização dos efeitos da aplicação de pesticidas, quer em termos ecológicos quer para a saúde humana, tem originado a procura de sistemas de produção sustentáveis, como a proteção integrada. Esta estratégia de proteção visa uma gestão equilibrada dos componentes do ecossistema agrário, com base em princípios limitativos ou correctivos privilegia os meios de luta que assegurem a proteção da cultura contra os seus inimigos e, em simultâneo, a defesa dos auxiliares, do ambiente e do consumidor.
Para isso, é necessário conhecer e prever a bioecologia dos inimigos da cultura, nomeadamente os seus ciclos biológicos, de modo a assegurar uma tomada de decisão mais consciente e oportuna. Uma das metodologias utilizadas baseia-se na definição de modelos de previsão do risco para os diversos inimigos das culturas, que possam auxiliar a estimativa do risco, com base em fatores de fácil obtenção, como a temperatura ou a precipitação.
Os modelos de previsão são modelos matemáticos, baseados em condições ambientais diretamente relacionados com o desenvolvimento do inimigo da cultura, nas características do ciclo biológico da espécie em causa e da cultura, e por vezes em fatores de nocividade (fatores que podem ser de natureza histórica, abiótica, biótica, cultural, técnica e económica e que podem influenciar favorável ou negativamente o desenvolvimento do inimigo (Amaro, 2003) e no valor da limitação natural presentes.



PUBLICAÇÕES DO PROJECTO

Artigos Relacionacionados
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